ATA DA QUADRAPRIMEIRAGÉSIMA QUARTA  SESSÃO ORDINÁRIA DA SSEXTAEGUNDA  SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 2823-051-1990.

 


Aos vinte e três vinte e oito dias do mês de janeiromaio  de mil novecentos e noventa, reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua PrimeiraQuadragésima Quarta  Sessão Ordinária da SSexta egunda Sessão Legislativa ExtraoOrdinária da Décima Legislatura. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada sendo respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Clóvis Brum, Clóvis Ilgenfritz, Cyro Martini, Dilamar Machado, Edi Morelli, Ervino Besson, Flávio Koutzii, Gert Schinke, João Dib, João Motta, José Alvarenga, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Mano José, Nelson Castan, Valdir Fraga, Vicente Dutra, Vieira da Cunha, Wilson Santos, Wilton Araújo, Adroaldo Correa e Heriberto Back. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e solicitou ao Ver. Clóvis Brum que procedesse à leitura de trecho da Bíblia. A seguir o Sr. Secretário procedeu à leitura das Atas Quadragésima Terceira Sessão Ordinária, da Décima Primeira Sessão Solene e da Décima Segunda Sessão Extraordinária, que foram aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Ver. Airto Ferronato, 01 Projeto de Resolução nº 19/90 (Processo nº 1050/90); 01 Substitutivo ao Projeto de Lei do Legislativo nº 47/90 (Processo nº 915/90); pelo Ver. Edi Morelli, 01 Pedido Providências; pelo Ver. João Dib, 02 Projetos de Lei do Legislativo nº 56/90 (Processo nº 1036/90); 57/90 (Processo nº 1069/90); pela Verª Letícia Arruda, 06 Pedido de Providências; pelo Ver. Leão de Medeiros, 02 Pedidos de Informações; pelo Ver. Valdir Fraga, 19 Pedidos de Providências; pelo Ver. Vieira da Cunha, 01 Indicação. Ainda foram apregoado o Projeto de Lei do Executivo nº 24/90 (Processo nº 887/90). Do EXPEDIENTE constaram Ofícios nºs 313 e 314/90, do Senhor Prefeito Municipal; 540 e 541/90, da Secretaria Municipal dos Transportes; 1177/90 da Câmara Municipal de Tupã; 5154/90, da Câmara Municipal de São Paulo; s/nº, da Câmara Municipal de Cachoeirinha. Após o Sr. Presidente informou que, face a Requerimento, aprovado, do Ver. Luiz Braz, o Grande Expediente da presente Sessão seria destinado a homenagear o Centro Uruguaianense pelo transcurso do seu trigésimo quinto aniversário da fundação, e convidou os Lideres de Bancada a conduzirem ao Plenário as autoridades e personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Ver. Valdir Fraga, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Dr. Raul Pereira Fagundes; Sr. Evaldo Antunes Nunes; Dr. José Eduardo Tavares e Dr. Suzano Suertegaray, respectivamente Presidente, Vice-Presidente Administrativo, Vice-Presidente Social e Vice-Presidente Secretário do Centro Uruguaianense Dr. Caio Repiso Riela, Presidente da Câmara Municipal de Uruguaiana; Sr. Clóvis Brum, 2º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Ver. Lauro Hagemann, 1º Secretário da Casa. Em continuidade o Sr. Presidente pronunciou-se acerca da presente solenidade e concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Ver. Luiz Braz, em nome da Bancada do PTB, PT, PSB e PL, declamou o “Hino Uruguaianense” de autoria de Silvio Rocha, registrando o transcurso, hoje, do cento e quarenta e quatro anos e emancipação do Município de Uruguaiana. Relatou comemorações realizadas em face do transcurso dos trinta e cinco anos do Centro Uruguaianense, falando sobre sua fundação e desenvolvimento em Porto Alegre. O Ver.  Clóvis Brum em nome da Bancada do PMDB, declarando ser uruguaianense, recordou figuras de relevâncias que viveram naquela cidade e discorreu sobre a presença marcante do Centro Uruguaianense na vida daqueles que vivem em Porto Alegre sendo oriundos de Uruguaiana. O Ver. Lauro Hagemann, em nome da Bancada do PCB, ressaltando ser o Centro Uruguaianense  um dos mais antigos centros que congregam porto-alegrenses vindo de outros Municípios. Analisou os motivos que levaram uma pessoa a integrar determinadas comunidades associativas. Cumprimentou a direção do Centro hoje homenageado, pela passagem do seu aniversário. O Ver. Artur Zanella, em nome das Bancadas do PFL e do PDS, registrando locais freqüentados e fatos que presenciou quando estudante em Uruguaiana, congratulou-se com o Ver. Luiz Braz pela proposição da presente homenagem. E o Ver. Dilamar Machado, em nome da Bancada do PDT, dizendo ter passado sua adolescência na região da fronteira oeste, atentou para a importância dessa área para o desenvolvimento do Estado e do País. Comentou os problemas enfrentados por essa região, falando sobre o seu envolvimento pessoal e profissional com a cidade de Uruguaiana. Após, o Sr. Presidente concedeu a palavra ao Dr. Raul Pereira Fagundes que, em nome do Centro Uruguaianense, agradeceu a homenagem prestada pela Casa. A seguir, o Ver. Luiz Braz, acompanhado de sua esposa, procedeu à entrega de ramalhete de flores para a Sra. Maria do Porto. Às quinze horas e vinte e cinco minutos, o Sr. Presidente convidou as autoridades e personalidades presentes a passarem à Sala da Presidência, suspendendo os trabalhos nos termos do artigo 84,  II, do Regimento Interno. Às quinze horas e trinta e um minutos, constatada a existência de “quorum”, foram reabertos os trabalhos, e constatada a inexistência de “quorum” para a Ordem do Dia, o Sr. Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adroaldo Corrêa, Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clóvis Brum, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gert Schinke, Giovani Gregol, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, João Dib, João Motta, José Valdir, José Alvarenga, Lauro Hagemann, Leão Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Mano José, Nelson Castan, Omar Ferri, Valdir Fraga, Vicente Dutra, Wilson Santos, Vieira da Cunha, Wilton Araújo e Antonio Losada. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que fosse distribuídas em, avulsos cópias das Atas da Sessão de Instalação, da Primeira, Segunda, Terceira e Quinta Sessões Extraordinárias e da Ata Declaratória da Quarta Sessão Extraordinária, que foram aprovadas. A seguir foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em discussão Geral e Votação Secreta foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 25/89, considerando rejeitado o Veto Total a ele aposto, por vinte e três votos SIM contra cinco votos NÃO e dois em BRANCO, após ter sido encaminhado à votação pelos Vereadores Luiz Braz, Vicente Dutra e Clóvis Brum, tendo sido escrutinadores os Vereadores Wilton Araújo e Antonio Hohlfeldt. Em Discussão Geral e Votação Secreta esteve o Veto Total ao Projeto de Lei do Legislativo nº 166/89 que, após ter sido discutidos pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Elói Guimarães, Antonio Hohlfeldt, João Motta, Clóvis Brum, Wilson Santos, José Alvarenga e Dilamar Machado, teve adiada sua discussão e votação por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, do Ver. João Motta, encaminhando à votação pelo Vereadores João Dib, Clóvis Brum, Luiz Braz, Vieira da Cunha, Omar Ferri  e João Motta. Em discussão Geral e Votação Secreta foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 07/89, por trinta e dois votos SIM. Durante os trabalhos, foram apregoados os Ofícios nºs 65, 68 e 69, do Sr. Prefeito Municipal, solicitando que sejam devolvidos ao Executivo, respectivamente, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 01/90 e os Projetos de Lei do Executivo nºs 06 e 05/90. Ainda, foi aprovado Requerimento do Ver. Valdir Fraga, solicitando que o Projeto de Lei do Legislativo nº 07/90 seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente declarou encerrados os trabalhos da Sexta Sessão Legislativa Extraordinária às dezessete horas, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária da Câmara Constituinte a ser realizada amanhã, às nove horas e trinta minutos. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Valdir Fraga e  Valdir FragaLauro Hagemann e  e sSecretariados pelos Vereadores Lauro Hagemann e Adroaldo Correa. adosDo que eu,  pelos Vereadores Lauro Hagemann Lauro Hagemann e Jaques Machado, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Lauro Hagemann 11º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelosor todos os Senhores Presidente e por mim.Vereadores presentes.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Valdir FragaValdir Fraga): Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

Srs. Vereadores, o Grande Expediente, por Requerimento do Ver. Luiz Braz, e aprovado por unanimidade nesta Casa, é para homenagear o Centro Uruguaianense em razão do seu 35º aniversário de fundação. Solicito aos Srs. Líderes de Bancada que conduzam ao Plenário as autoridades para que possamos dar início à homenagem da entidade.

(Os Srs. convidados são introduzidos no Plenário.)

O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores damos continuidade aos trabalhos da Sessão. Para honra nossa fazem parte da Mesa: Dr. Raul Pereira Fagundes, Presidente do Centro Uruguaianense, Sr. Evaldo Antunes Nunes, Dr. José Eduardo Tavares, Vice-Presidente Social do Centro Uruguaianense; Dr. Suzano Suertegaray, Vice-Presidente Secretário do Centro Uruguaianense e Dr. Caio Repiso Riela, Presidente da Câmara Municipal de Uruguaiana. O ideal de congregar o culto e a difusão de todas as manifestações de valores da pessoa humana constituem os propósitos do Centro Uruguaianense, que hoje recebe a homenagem da Câmara Municipal de Porto Alegre na oportunidade que completa os seus 35 anos de existência. Seis mil uruguaianenses integram o quadro social da entidade que possui uma sede própria em Belém Novo - “futura Capital do Rio Grande do Sul” -, voltada ao congraçamento de seus associados radicados na Capital. A chama lançada por Gregório Rodrigues Filho, seu primeiro Presidente, fortificou e hoje engrandece sobremaneira a história do Município. Nosso reconhecimento, portanto, Presidente, aos filhos de Uruguaiana, aqui representados pelo Dr. Raul Pereira Fagundes  e sua Diretoria.

Nossos cumprimentos! Sejam bem vindos e continuem conosco por muitos e muitos anos. Esta família maravilhosa uruguaianense, onde nós temos colega Vereador também de Uruguaiana, Ver. Clóvis Brum, não sei se outro Vereador é de Uruguaiana, Ver. Clóvis Brum, nosso 2º Vice-Presidente. Nós concedemos, com muito prazer, a palavra ao autor da proposição, Ver. Luz Braz, que fala em nome da sua Bancada, PTB e também pelo PT, PSB e PL.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, componentes da Mesa. (Lê.)

“Uruguaiana, feliz tu nasceste à beira de um rio sorrindo ao luar /

Uruguaiana, Cidade alegria, ouve a melodia deste meu cantar /

É um canto modesto que é o manifesto do meu coração / Ele quer adotar-te, pois tu fazes parte do nosso torrão /

No Jardim do meu País é também uma flor /

O teu povo é feliz vivendo neste esplendor /

Cidade fronteira é toda coberta de um céu cor de anil /

Tens a honra mais bela de ser sentinela do nosso Brasil.”

Esses versos são de Silvio Rocha. Eles, por ocasião da comemoração dos 35 anos do Centro Uruguaianense, encheram a Sociedade Caixeiros Viajantes, e eu ouvi todo um povo cantando este hino e fazendo com que a gente tivesse a certeza de que as nossa fronteiras estão, realmente, muito bem guarnecidas, porque um povo tão valoroso, tão orgulhoso, se fazia, naquele instante, mostrar aqueles versos, naquele poema, naquele sentir, naquele palpitar, desta poesia de Silvio Rocha. Realmente algo fabulosos, o que presenciamos, o que vivenciamos na festa dos 35 anos do Centro Uruguaianense. Muito embora eu não seja um representante da cidade de Uruguaiana. Muito embora eu, de acordo com o que me falava o meu amigo Stabile, na festa de 35 anos do Centro, nem mesmo gaúcho eu sou, porque venho lá do interior do Estado de São Paulo, e radicado aqui estou há cerca de 15 anos, mas sou Vereador, já, da segunda Legislatura, tive assim um orgulho muito grande de poder solicitar a esta Casa a homenagem pela passagem dos 35 anos do Centro Uruguaianense. E a gente tem esta oportunidade de prestar esta homenagem ao Centro Uruguaianense, no mesmo dia em que Uruguaiana está completando, também 144 anos de existência. Fala-me o Vice-Presidente que são 154. Socorre-me o meu companheiro do PTB que são 144 de emancipação e 147 anos da fundação. O meu companheiro está me ajudando nesta missão muito boa de poder homenagear o Centro Uruguaianense.

Nesta homenagem que prestamos ao povo de Uruguaiana, nós também prestamos uma homenagem ao nosso companheiro Vereador aqui da Casa, que é oriundo lá, de Uruguaiana, e que diz bem para todos nós Vereadores da Câmara de Porto Alegre quão aguerrido é aquele povo, porque nós que convivemos com o Ver. Clóvis Brum, por três Legislaturas nesta Casa, nós convivemos com ele já há duas Legislaturas e sabemos muito bem que ele é um Vereador bastante aguerrido que representa aquele povo, e diz bem para todos nós como aquele povo é, na sua convivência, no seu poder de enfrentar as dificuldades do dia-a-dia.

Quando uma entidade atinge quase meio século de serviços prestados, é importante que se avalie o seu desempenho e, que reconheçamos o excelente trabalho dirigido aos uruguaianenses, para os quais teve a sua razão de ser criada.

Por isso, neste dia 28 de maio de 1990, em nome do PTB, sinto-me à vontade para homenagear no dia de hoje, o Centro Uruguaianense, pelos seus 35 anos de dedicação e carinho com seus conterrâneos residentes na Capital e em outras cidades deste Estado. Viajando no tempo, chegamos ao longínquo ano de 1955, mas precisamente no dia 28 de maio daquele ano, quando um grupo de profissionais ainda jovem procedente de Uruguaiana, resolve fundar o Centro Uruguaianense com a finalidade de auxiliar e orientar seus conterrâneos que viajam a Porto Alegre.

Um dos pioneiros e incentivador da idéia foi o economista e advogado Gregório Rodrigues Filho, já falecido, que por duas décadas presidiu a entidade. Com seu dedicado trabalho, muito contribuiu para que a entidade mantivesse ativo o seu patrimônio.

Para o lazer de seus associados, o Centro Uruguaianense possui uma sede própria em Belém Novo, Zona Sul da Cidade, construída por uma área de cerca de um hectare, com dependências sociais, churrasqueiras biblioteca e quadra de esportes, incipientes é verdade, mas de grato uso. Com regularidade, a entidade realiza promoções sociais nas quais se destacam a beleza das jovens filhas dos associados, tendo hoje a bonita Adriana Elena Chirico, a rainha dos seus 35 anos.

E nós na festa do último sábado, lá na Sociedade Caixeiros Viajantes, podíamos presenciar, realmente, constatar a beleza da mulher de Uruguaiana, nas suas representantes máximas que eram apresentadas em desfile, para toda aquele multidão que se fazia presente na sociedade.

A entidade objetiva congregar os uruguaianenses radicados na Capital, embora mantenha, também, associados na cidade de origem e, de seus quadros, podem fazer parte naturais de outros Municípios. O Estatuto do centro Uruguaianense reitera a importância do ideal de congregar, promovendo o congraçamento, o culto e a difusão de todas as manifestações de valores da pessoa humana, solidariedade, intercâmbio social, recreativo, esportivo e cultural com entidades congêneres.

Segundo cálculos não oficiais, vivem atualmente em Porto Alegre cerca de seis mil uruguaianenses, 10% dois quais ligam-se ao Centro Uruguaianense como associados ou como participantes de suas promoções. O aniversário da entidade coincide com o de emancipação da cidade de Uruguaiana, cuja a data de autonomia remonta à década de 40, do século passado.

Entre os mais ilustres filhos da cidade, que é internacionalmente conhecida pela produção de lã e hoje consagrada como a “Capital da Integração do Cone Sul”, pela liderança na iniciativa de construção de Gasoduto Brasil-Argentina, enumeram-se: Alceu Wamosy, João Gonçalves Vianna e Galba de Paiva (poetas); Francisco Gama da Rosa, intelectual e político que chegou a ser Presidente da Província de Santa Catarina.

Entre outros ilustres nomes de Uruguaiana, está o Embaixador Baptista Luzardo e o Marechal Setembrino de Carvalho, ex-Ministro da Guerra e mentor de paz de 23, no Rio Grande do Sul. Mais recentemente o empresário Francisco Martins Bastos, fundador do Grupo Ipiranga. Contemporaneamente diversos uruguaianenses são destacados em suas áreas de atuação, engrandecendo a história do Município e enriquecendo o Rio Grande do Sul.

Assim, pela história, pelo amor ao ser humano, parabéns à Diretoria do Centro Uruguaianense pelos seus 35 anos de profícua existência. E nós não poderíamos deixar de ressaltar todo aquele amor, todo aquele carinho que vocês, do Centro Uruguaianense, demonstraram para todos os associados presentes na comemoração dos 35 anos do Centro. E todo aquele carinho que dispuseram também a nós e a nossa esposa, que estivemos presentes lá nos festejos dos 35 anos do Centro Uruguaianense. Não teria palavras, por mais belas que fossem, que pudessem realmente agradecer  tudo aquilo que vocês me fizeram sentir, no sábado, lá nos Caixeiros Viajantes. Só posso sintetizar tudo aquilo, dizendo: muito obrigado e o meu coração é um pouco também uruguaianense. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Vereador uruguaianense Clóvis Brum, em nome da PMDB.

 

     O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente Srs. Vereadores, demais componentes da Mesa, meus conterrâneos, havia assumido um outro compromisso neste exato momento, compromisso que tenho reputado como um dos mais importantes dessas últimas semanas, que me tem roubado 24 horas por dia. Mas, sabendo que aqui se reuniria um grupo de conterrâneos da minha sempre lembrada Uruguaiana, não poderia me furtar a essa oportunidade. O Bilhalba, da Rua 15, o Suzano do nosso 8º, Fagundes, que nos dizeres de alguns companheiros havia nascido em Uruguaiana, e para nós era muito importante, porque a grande família Fagundes vem da área do
Audrei e da Maria Luiza, do Alegrete. Mas esta família está dividida, porque outros nasceram em Uruguaiana, entre eles, o Presidente. E eu diria que falar em Uruguaiana, para mim, é muito importante. Num de meus depoimentos que a competência e o trabalho desmedido do Ver. Valdir Fraga, na Presidência da Comissão da Lei Orgânica, estabelecendo que gravasse para contar nos arquivos da Casa, um pequeno e breve depoimento dos Vereadores sobre a Lei Orgânica, e eu disse o seguinte no meu depoimento: “o meu grande sonho não é estar se realizando como havia sonhado, pois o meu grande sonho era participar da Câmara de Uruguaiana, e queria ser Vereador lá, queria participar desse momento histórico da vida dos Vereadores contemporâneos, ou seja: o feitio da Lei Orgânica Municipal. Mas faço, através da Câmara de Porto Alegre, o que desejava fazer em Uruguaiana”.

Como posso me lembrar de Uruguaiana sem mencionar o Urisval, Zanella, tu que és de Itaqui, sem lembrar de um Adirmácia, que para aquelas mães mais pobres da minha terra viam nele um extraordinário médico a serviço das crianças pobres? Ver. Braz, V. Exª foi muito feliz oportunizando este encontro inesquecível na Câmara de Porto Alegre, e para isso, e por isso, os uruguaianenses serão gratos, sempre, e reconheço meus conterrâneos. Mas lembrar Uruguaiana sem lembrar o Dr. Maia, que extraordinário o Dr. Maia! Do Vereador e neuro-cirugição Roberval Beregaray; de Clito de Oliveira, de Urbano Lagoa Vilella e porque não dizer do Bispo D. Luiz Felipe de Nadal? Evidentemente a família Flor do Alto Silva, a família Bastos, enfim, um grupo de famílias que participaram do desenvolvimento econômico e social de Uruguaiana.

E andou bem o Ver. Luiz Braz lembrando Alceu Wamosy cuja mãe, ainda lembro, morava ali, perto da Bilhalva, na Rua 15, e eu a visitava, constantemente.

Meus amigos de Uruguaiana, acho que a semente do Gregório foi plantada em terra fértil. Os homens passam, mas as instituições permanecem. Eu acho que o Centro Uruguaianense se consolida ao longo de quase meio século de existência. Mas eu falava em algumas pessoas, e lembrando a minha saída de Uruguaiana, e tudo começou numa noite de 16 de dezembro de 1968, quando estava de Cabo da Guarda do 8º RC e o Suzano de auxiliar de fiscal de dia. Foi naquela noite que iniciou, praticamente, foi o início do fim da minha modesta vida militar. Naquela noite, se não fosse a intervenção segura, corajosa, de um dos únicos uruguaianenses, servindo no Exército, que entregou a sua pistola e que foi fiel a Constituição pela posse de João Goulart, Suzano Suertegaray, Subtenente do 8º RC de Uruguaiana, meu Subtenente, se não fosse o Suzano já, naquela noite de 16 de dezembro, Dia do Reservista, eu estava preso.

Suzano, a tua vida militar foi para mim um exemplo de coragem, de abnegação, de amor a Constituição, de amor aos direitos humanos, de amor à democracia. Aprendi muito, não com o Oficial, mas com o Subtenente. E de lá para cá, isto foi em 1968, a nossa vida se tornou uma caminhada longa, mas um grande aprendizado. Portanto, meus companheiros de Uruguaiana estamos muito alegres, hoje, por poder estar aqui com os senhores, dizer da nossa alegria e dizer que Uruguaiana, para nós, continua viva, muito viva, e temos atendido, podemos dizer isso nesse momento para os homens que comandam o Centro Uruguaianense, atendido muitas famílias conterrâneas nossas, dentro da limitações da nossa atividade, pelo menos, orientando essas famílias. Estou certo de que o Centro Uruguaianense também desempenha idêntico papel no sentido de orientar e encaminhar os nossos conterrâneos que aqui vem em busca, talvez, de melhores dias de socorro médico, de socorro hospitalar e outras necessidades.

Mas, meu caro Vereador Repiso, que deve ser Oficial agora, Capitão Suzano? O Repiso deve ser da família do nosso Repiso lá do 8º, que também foi Vereador em Uruguaiana, quer dizer, a família é política. Ainda sendo Vereador aqui em Porto Alegre, a homenagem mais significativa, a homenagem mais linda recebi na minha Câmara de Uruguaiana, por ocasião do tratamento de um assunto que ligava a uma família de um operário muito humilde do Hospital Santa Casa. Mas a homenagem que guardo com muito carinho foi aquela que recebi na Câmara Municipal de Uruguaiana.

 Aos Senhores, meus conterrâneos, ao Centro Uruguaianense, a nossa homenagem, o reconhecimento de um trabalho importante que os senhores desenvolvem, e a felicidade deste reencontro me faz muito bem, fiquei muito feliz em rever pessoas às quais eu não via há muito tempo e reencontrar pessoas que há bem poucos dias nos encontramos.

Minha homenagem ao Centro Uruguaianense, desejando que ele continue cada vez mais unindo os uruguaianenses, convocando mais os uruguaianenses, concitando os uruguaianenses no desenvolvimento e nas atividades  que já ocupam meio século de vida. Meu Dr. Fagundes, Presidente do Centro, estou certo de que o Centro, confiado às mãos de V. Exª, e com o companheirismo, com a fraternidade e com o trabalho, os uruguaianenses levaram a bons termos as propostas desta Diretoria e dos conterrâneos que têm empenhado todo o seu esforço no desenvolvimento e na preservação do nosso Centro Uruguaianense. Meus parabéns a todos! E muito obrigado, Ver. Valdir Fraga, pelas palavras bondosas de V. Exª. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Convidamos o Ver. Clóvis Brum para fazer parte da Mesa.

Com a palavra o Ver. Lauro Hagemann, pelo PCB.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Uruguaianenses, Senhoras e Senhores, o Ver. Luiz Braz foi muito diligente e muito feliz em propor esta Sessão destinada a homenagear uma entidade que congrega parcela da população gaúcha, mais precisamente os oriundos de Uruguaiana. Hoje, em Porto Alegre vivem centenas de milhares de cidadãos que integram nossa Cidade, mas são oriundos de outras plagas, e estas atividades que visam congregar estas comunidades estão se alastrando. Ainda, neste final de semana, se soube pelos jornais que o Centro Alegretense promoveu quatro dias de festividades. Em 1954, os radialistas da Farroupilha, que havia sido incendiada, fizeram uma reunião no Centro Pedritense, na Rua Mal. Floriano. Eu quero crer que o Centro Uruguaianense seja um dos mais antigos centros que congregam os cidadãos da sua cidade, e que existem em Porto Alegre, com funcionamento regular. Mas outras comunidades se movimentam para congregar os seus conterrâneos. Já participei do “Caldo Lourenciano”, que reúne anualmente os lourencianos que residentes em Porto Alegre. Os estrelenses fazem kerbs, para juntarem os  oriundos de Estrela. Casualmente, agora, estou com vários companheiros tentando arregimentar a colônia santa-cruzense. Então, esta tentativa de congregar estas colônias de cidades específicas aqui, em Porto Alegre, está se tornando uma atividade interessante. E, quero crer que esta tentativa decorre da necessidade que têm estas pessoas que vieram de outras cidades de se juntarem, de evocarem os seus lugares de nascimentos, de se congregarem, de se lembrar da sua infância, de episódios da vida cotidiana que, por circunstâncias, os que estão aqui tiveram que abandonar. Isto é uma atividade salutar e salutar no sentido amplo, inclusive da saúde psíquica, porque  os remete a um passado, a uma ligação telúrica que, se o homem ignorar esta origem, ele fatalmente adoecerá.

Por isso, é com muito prazer que cumprimento os integrantes da direção do Centro. E, lembrando apenas um detalhe, para mim, de profunda significação no campo profissional. Ingressei no rádio há 44 anos atrás, pelas mãos de um uruguaianense, Celso Zacotegui Fernandes, já morto. Este fato me evoca um passado não muito distante, mas que me faz lembrar Uruguaiana com muito carinho, porque foi com Celso Fernandes que eu aprendi muitas coisas de Uruguaiana, antes de conhecer a cidade.

Assim que eu desejo que o Centro progrida, que atenda às sua finalidades, que façam os uruguaianenses se sentirem mais uruguaianenses quando se reúnem e quando se abraçam! Muito obrigado pela oportunidade.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Artur Zanella, fala pela sua Bancada o PFL e o PDS.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente da Casa, Ver. Clóvis Brum, meus senhores, minhas senhoras, Srs. Vereadores. Eu fiz questão de falar hoje, ainda que rapidamente, eu faço com duas satisfações muito grandes. Uma é falar sobre Uruguaiana e a outra também é representar, aqui, o PDS, Ver. João Dib, Mano José, Vicente Dutra e Leão de Medeiros, o que sempre me dá uma satisfação muito grande. Mas eu queira falar, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, para quem como eu nasceu, ficou poucos dias em Quaraí, que se criou em Itaqui, eu me lembro a emoção com que há trinta e tantos anos eu embarquei num trem para seguir o caminho que todos os meus irmãos haviam seguido. E todos os itaquienses que tinham alguma condição também seguiram. Porque na minha cidade não existia um Ginásio, só existia o Primário. Então o nosso caminho de toda aquela zona da fronteira, São Borja um pouco, Quaraí bastante, Alegrete, Itaqui, o destino era Uruguaiana. E apesar de tudo aquilo de que nós falávamos mal naquela eterna rivalidade, era, efetivamente, o maior pólo cultural e educacional da região. E eu lembro, então, aquele conhecimento da chegada ao Colégio Santana - quando se dividiam sempre a maioria para o Santana e a parte menor, para o União -, e aquela descoberta da destilaria; a descoberta do jogo de tênis, que pela primeira vez eu via, lá no Tênis Clube; o primeiro bispo que vi na minha vida, que era o Dom José Newton de Almeida Batista, um nobre no seu Dodge 51, verde, o carro mais bonito da fronteira, Dom José Newton que, depois, por ser amigo de Juscelino, por ser Cardeal de Brasília terminou exilado em Roma, que ontem, dali rezava uma missa ainda como Capelão-Mor do Exército Brasileiro. Aquele conhecimento dos primeiros clubes de futebol profissional da minha vida, o Saviana, do Nique, do Bahia, do Uruguaiana, do Balejo, depois do Juca Lima e o meu Ferro Carril, que era o clube do povo. Ainda por cima, vermelho e branco, campeão de 1953, quando cheguei a Uruguaiana. A Ponte Internacional. E a primeira e única vez que vi o Presidente Getúlio Vargas, em visita a Uruguaiana, e ao seu amigo naquela época Prefeito Íris Ferrarri Vols. E a gente vai lembrando dos amigos, das pessoas, do Cine Corbacho, de todos aqueles que lá estavam e, finalmente, meus grandes amigos que me pediram que transmitisse o seu abraço, que é o Cloraldino Severo e o Guilherme Socias Villela. Porque Porto Alegre, na verdade, é uma sucessão de pequenas cidades. Aqui é a cidade de Uruguaiana, é a cidade de Itaqui, é a cidade de Santa Rosa, enfim, tenho a impressão de que o que menos tem aqui nesta Casa são porto-alegrenses. Tenho a impressão de que os porto-alegrenses não são a maioria e, para quem gosta de fazer estatísticas fantasiosas, eu diria que dos últimos Prefeitos da Cidade, 20% são uruguaianenses, e que, no caso, são o Ver. Clóvis Brum e Guilherme Socias Villela. E mais, essa Cidade deve tudo a esses integrantes das cidades interioranas, e é por isso que temos que dar toda a força possível, o maior destaque possível, principalmente a uma cidade como Uruguaiana que é a primeira cidade planejada urbanisticamente no Rio Grande do Sul. Aquelas quadras, aqueles quadriláteros, foi a primeira cidade, ainda e antes da Guerra dos Farrapos planejada e definida. Uruguaiana esperou a chegada do Imperador para lá, em Uruguaiana, reverter a história da Guerra do Paraguai, foi a primeira derrota paraguaia, naquela que seria e é a maior guerra que já existiu na América do Sul. É por isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que o Ver. Luiz Braz, ao pedir esta Sessão evocativa o fez com rara felicidade, fez com rara maestria e nos trouxe, a mim ao menos, de volta a minha juventude, a minha juventude que se perde naqueles campos de futebol da cidade, se perde lá no Horto, se perde na criação do Elisa Ferrari Vals, então o grande adversário escolar do Santana e União, foi o primeiro colégio gratuito de Uruguaiana, trazendo uma grande comoção na cidade e trazendo também, a lembrança de toda uma zona fronteiriça que se não fosse a luta do povo rio-grandense, não seria brasileira, seria no mínimo espanhola, argentina, ou uruguaia. E isto, Sr. Presidente, que vejo hoje, a Cidade de Porto Alegre buscando a sua integração e eu, quem sabe, buscando as minhas origens. Muito obrigado a todos. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Dilamar Machado, Líder da Bancada do PDT, que fala pela sua Bancada.

O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, componentes da Mesa. Em primeiro lugar, quero apresentar os companheiros do centro de Uruguaianense a minha desculpa pessoal pela honra de ter sido convidado a participar da defesa do último sábado e a minha ausência em função de um problema de saúde que ainda é visível - não sei bem o nome da gripe que anda por aí, mas deve ter um nome governista, pois ela derruba e maltrata -, por isso a minha ausência.

Eu tenho a felicidade, companheiros Vereadores, Senhoras e Senhores aqui presentes, de ter caldeado a minha personalidade entre as Missões e a fronteira. Por estas coisas do destino de um gaúcho, eu nasci em São Luiz Gonzaga, na região Missioneira, e meu pai era militar. E, ainda muito menino, com poucos anos de vida, fui na realidade abrir os olhos para a vida em São Gabriel e de Rosário do Sul. A minha adolescência foi exatamente naquela região em que todos nós da fronteira guardamos como um tesouro da nossa alma, o silêncio do campo, a pureza do relacionamento humano que existe na fronteira oeste do Rio Grande, e até hoje na minha memória o mapa daquela região, ele é inteirinho, ele é integral, é de São Gabriel passando por Rosário, chegando a Alegrete, Uruguaiana e indo pela esquerda, Livramento e Quaraí, mais por dentro Bagé e Dom Pedrito, ou indo até a Barra de Quaraí. E faz parte da minha vida interior a região da Fronteira Oeste. Hoje, em função da minha atividade política, faz parte das minhas preocupações como cidadão gaúcho e como brasileiro, o desenvolvimento da Fronteira Oeste. Acompanho com entusiasmo estas idéias nascentes, e hoje já florescestes, do gasoduto e de um processo que há de vir um dia. Por exemplo: há pouco tempo um cidadão alegretense me falava que é possível acabar com os desertos do Alegrete. Claro que é possível! É uma questão de vontade política, é questão de fazer alguma coisa. É possível também industrializar a Fronteira Oeste. Eu encaminhei há muito tempo, quando Dep. Estadual o desenvolvimento do setor de vinhos em Livramento, quando da implantação do Grupo Almadén.

Vejam que a região é bonita. Uma das regiões mais bonitas do mundo! Eu tive o privilégio de poucos brasileiros, há dois anos atrás, conhecer alguns países da Europa. E eu passava com minha mulher pelos campos da França, da Espanha, da Inglaterra e da Itália, e perguntava a ela, quando passava no ônibus, existe alguma paisagem mais linda do que a paisagem da Fronteira do Rio Grande - aquelas dezenas, centenas, milhares de campos, de verdes, de planícies? Efetivamente o nosso Estado é um Estado rico. É um Estado de gente maravilhosamente rica!

Eu vou rememorar uma pequena lembrança e ligação que tenho, mais espiritualista do que propriamente material, por Uruguaiana: quando menino comecei a escrever versos e me baseei muito na obra de Alceu Wamosy. Aquele, livrinho de Wamosy e aquele soneto fantástico, “Duas Almas”. Não havia moço ou moça da minha geração, da minha adolescência que não dissesse de cor aquele soneto. Não havia álbum nos quais os rapazes e as moças trocavam poesias com homenagem pessoal, que não tivesse ali um soneto de Wamosy, mais particularmente, “Duas Almas” .

Quando nasceu o meu primeiro filho, eu já tinha uma decisão interna, materializada no nome do meu primeiro filho que se chama Alceu, em homenagem ao Wamosy. E há pouco tempo um médium uruguaienese, cujo nome não me recordo no momento, foi um contato muito rápido que tive com ele, residente em Porto Alegre, me entregou e eu guardo - aquilo que nós, já depois de certa idade, chamamos de nossos guardados -, com o maior carinho que é uma mensagem psicografada de Alceu Wamosy, nesta mensagem entregue a este médium, ele conversa comigo e assina dizendo  da sua alegria no mundo espiritual em saber que meu filho tem o nome dele.

Vejam que é uma ligação, talvez um pouco fora de um ato formal de uma Câmara Municipal, mas toca a minha sensibilidade.

Como radialista, em 1961, eu tive uma experiência humana de maior importância na cidade de Uruguaiana, fui destacado para cobrir para a Rádio Gaúcha um encontro entre os Presidentes Arturo Frondisi, da Argentina, e Jânio Quadros, do Brasil, que ocorreu no Hotel Glória, quando começávamos o trabalho – naquela época não há via Embratel e os meios de comunicação eram precaríssimos, até uma ligação telefônica entre Porto Alegre e Uruguaiana era quase uma questão de segurança nacional – quem me resolveu o problema foi o Dr. Degrazia, pois ele foi lá no Hotel Glória, soube que a Rádio Gaúcha estava com problemas e colocou o seu serviço de rádio à disposição,e  ficamos três ou quatro dias falando através do serviço de rádio-amador do Dr. Degrazia. Pois essas coisas marcam a vida da gente, de quem teve uma profissão empolgante muitos anos, como eu tive, de fazer rádio.

Mas basicamente o que me liga a esta cidade, como de resto àquela região, é a minha infância, a minha adolescência, e aquele momento exato que nós homens ou mulheres abrimos os olhos para a vida. E abrir os olhos para a vida na fronteira. Meu pai, militar, era responsável na época do que chamávamos de invernada reúna. Era responsável pelo abastecimento de três unidades militares que havia em São Gabriel, Regimento de Cavalaria, Motomecanizado e uma Companhia. E lá havia o abate de cabeça de gado, ovelhas e havia um açude. E havia aquele silêncio do campo, ali que eu morava, praticamente, foi ali que nasci.

Então, quero dizer aos meus amigos de Uruguaiana que falo com emoção, com solidariedade, com a fraternidade que caracteriza a mulher e o homem da fronteira do nosso Estado. E dizer que tenho grande orgulho, em nome do PDT, dos nossos Vereadores desta Casa, de homenagear o Centro Uruguaianense, e desejar que esta organização floresça cada vez mais. Porque só quem veio da fronteira para morar no asfalto, nesta selva que é a cidade grande, sabe o quanto é importante para nós, pelo menos, para o fundo da nossa alma, preservar o que é mais limpo e mais preciso nas relações humanas do homem da fronteira, que é a amizade, a fraternidade e acima de tudo, a sinceridade. Parabéns e muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Concedemos a palavra ao Dr. Raul Pereira Fagundes, Presidente do Centro Uruguaianense.

 

O SR. RAUL PEREIRA FAGUNDES: Sr. Presidente da Câmara de Vereadores; Ver. Luiz Braz, que teve a iniciativa de propor esta homenagem, da qual eu estou sendo alvo, prezados Senhores e Senhoras, companheiros de Diretoria do Centro Uruguaianense, a minha posição aqui é para fazer agradecimentos, mas não poderia deixar de tecer mais comentários, fazer mais revelações acerca da nossa cidade: Uruguaiana.

Uruguaiana, além daquelas personalidades que foram aqui relatadas, além daqueles acontecimentos, além de ser uma cidade produtiva no sentido econômico - na lã, no arroz, no gado -, é uma cidade que também revelou outras personalidades que foram aqui referidas e que eu me permitiria revelá-las. Uruguaiana, na parte política, todos sabem, deu para nós, políticos de influências, como Cloraldino Severo ex-Ministro dos Transportes, para o nosso orgulho, colega de aula, no velho Colégio União. O Dep. Sanchotene Felice. Tivemos personalidades que também trouxeram para Uruguaiana no campo esportivo: Ferro Carril, meu clube do coração. Gostaria, então, de aduzir atletas profissionais que foram Gessy, Nelcy, Joãozinho Cardoso, que faz parte da nossa comenda. Estes mais recentemente. Mais, no passado: Xisto, Bentevi, Chico Aramburu, Lara, o famoso goleiro do Grêmio. Então, Uruguaiana, tem proporcionado, tem revelado grandes personalidades, em todos os sentidos.

Uruguaiana, também com muito,orgulho - eu digo aqui -, é sede de um dos mais antigos e tradicionais estabelecimentos de ensino. O velho e querido Colégio União. Acredito que muitos aqui passaram lá por seus bancos escolares, e para quem não está lembrado agora, no dia 8 de junho, completará 128 anos de funcionamento. Além do União, é verdade, já foi referido o Colégio Santana, o Colégio do Orto, mas recentemente o Elisa, Dom Ernesto e outros que me fogem o nome.

Meus amigos, dito isto sobre Uruguaiana, vou começar por falar pelo Cento Uruguaianense, como daqui desta tribuna já foi dito, o Centro Uruguaianense tem por objetivo congregar a colônia uruguaianense  radicada na nossa Capital. E o nosso clube é um clube atípico, eu sempre digo, porque não é um clube, como o que nós respeitamos, o União, como a Sogipa. O nosso clube faz parte do nosso coração, é um clube que nós devotamos a ele toda a dedicação, um carinho especial, porque o consideramos um prolongamento da nossa cidade. É uma maneira de estabelecermos com aqueles velhos companheiros de bancos escolares, de jogos, de atividades sociais, enfim das mais variadas atividades. Então, cada vez que nos reunimos, relembramos o passado, temos a oportunidade de rememorar os acontecimentos, personagem daquela cidade. Na última festa, nós notamos a satisfação das pessoas ao encontrar velhos amigos que às vezes, por um motivo ou outro, se afastam e dificilmente conseguem se unir. O Clube Uruguaianense consegue, tem permitido isso aí. E isso é uma das metas muito importante para nós, essa união, essa convivência, essa reunião de uruguaianenses.

O Centro Uruguaianense também tem o objetivo de prestar serviços àqueles conterrâneos que vêm de lá, como falou o Ver. Clóvis Brum, ainda que de maneira incipiente, procuramos fazer isso, mas nos ressentimos de uma sede aqui no Centro da Capital. Nós temos a nossa sede em Belém Novo, ms não ainda uma secretaria funcionando no Centro, no momento funciona em meu escritório particular, a título precatório, o que não inviabiliza um atendimento mais eficiente aos nossos conterrâneos. Uma das metas é uma sede aqui no Centro da Cidade que permita realizar este trabalho com mais eficiência.

No momento de registrar os agradecimentos permita que eu inicie agradecendo àquele grupo que, na época, jovens liderados pelo Dr. Gregório Rodrigues Filho, que tiveram a  iniciativa de fundar o nosso Centro. Em tão boa hora tiveram essa brilhante idéia e de lá para cá posso dizer a todos que cada vez mais o Centro Uruguaianense tem procurado honrar os seus procedimentos, nas suas atividades. Nós eventualmente na Presidência do Centro podemos dizer que antes de ser uma atividade laboriosa, espinhosa, em conseqüência de nossas atividades profissionais é uma atividade muito gratificante que exercemos com maior prazer, com maior satisfação e mesmo com muito amor.

Queria agradecer a todos que de uma maneira ou de outra permitiram que o centro chegasse ao seu 35º aniversário, deixar consignado aos membros do nosso Conselho Fiscal e Deliberativo, a nossa Diretoria que sempre está batalhando juntamente com esta Presidência. E, por fim, agradecer a esta Casa, especialmente ao Ver. Luiz Braz pela iniciativa que teve homenageando-nos. Creio que seja a primeira entidade interiorana, como é o nosso clube, que recebe tão significativa homenagem. Muito obrigado, Sr. Vereadores, e contamos com todos nas próximas atividades que iremos promover. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Convidamos a Srª Maria do Horto Santos para receber das mãos do Ver. Luiz Braz e sua esposa um ramalhete de flores como uma homenagem à família uruguaianense, em nome do Legislativo Municipal.

(É feita a entrega.)

 

O SR. PRESIDENTE: Assim com esta homenagem carinhosa, nós encerramos o Grande Expediente e suspendemos os trabalhos por cinco  minutos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h25min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 15h31min): Damos por reabertos os trabalhos da presente Sessão.

Solicito ao Sr. 1º Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para verificação de “quorum’.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Após proceder à chamada.) Não há “quorum”, Sr. Presidente.

 

Estou afirmando não para justificar, apenas para cumprir a solicitação dos colegas Flávio Koutzii e Adroaldo Corrêa. De qualquer modo, eu também lamento a ausência do PT porque teria também alguns agravos a fazer a este Partido.

 

O SR. NELSON CASTAN: De qualquer maneira , frente à gravidade das informações trazidas pelo Ver. Elói Guimarães, eu acho que esta Comissão de Inquérito tem razões suficientes ara prosseguir nas suas investigações, seus estudos, motivos e razões que o levaram o Sr. Prefeito em assumir uma tarifa acima do cálculo este feito pela Secretaria Municipal dos Transportes, que são técnicos da confiança do Sr.Prefeito. Uma outra coisa, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é que esta Casa, já por uma vez, ou duas vezes, quem sabe, aprovou, inclusive, com voto deste Vereador, a transferência de recursos à Cia Carris Porto-alegrense. Atualmente tramita mais um projeto, no sentido de viabilizar mais recursos, uma maior transferência de dinheiro à Cia Carris, proveniente desta vez do Fundo Urbano, Fundo de Desenvolvimento Urbano.

Já falei desta tribuna e continuo entendendo que cada Governo estabelece as suas prioridades, entendo que não h´pa nada de ruim por princípio, de o Governo do Partido dos Trabalhadores eleger a Carris e indiretamente o Transporte Urbano como um dois seus alvos prioritário para o recebimento de recursos e entendo que é uma possibilidade. Agora me chama a atenção a necessidade de a Cia. Carris Porto-alegrense, em periódica e sistematicamente, vir a esta Casa pedir dinheiro. Se estou bem lembrado Ver. Dib que também é um Vereador preocupado com estas questões de transporte particularmente com a Carris. Me parece que nós já aprovamos um aumento de capital no ano passado, uma transferência de recursos no ano passado e aprovamos, no início deste ano, se não me engano, a transferência de um terreno que, inclusive, já foi feita a licitação pública e agora novamente a Carris vem à Câmara Municipal pedir mais dinheiro. Este fato se torna mais grave e nos põe a pensar com mais profundidade em função desta colocação e, desta denúncia feita desta tribuna pelo Ver. Elói que, se a Comissão de Inquérito comprovar efetivamente que estiver havendo uma super-tarifação, significa também que a Cia. Carris está recebendo recursos adicionais . Está retirando diretamente do usuário, daquele que paga passagem. Então, nós temos que aprofundar, temos que analisar com vagar todas estas questões, porque com a minha experiência como Presidente da Cia Carris Porto-alegrense nós não recebemos um centavo em dinheiro vivo da prefeitura Municipal. No primeiro ano de Governo houve levantamento das finanças da Empresa, a contabilidade está lá parta quem quiser ver. Nós passamos os dois últimos anos sem receber qualquer doação da Prefeitura, seja em dinheiro, seja em imóveis não recebemos nada e assim se fez uma substancial renovação da frota. Também estão lá os documentos para serem vistos e analisados e os ônibus estão nas ruas circulando. Nós fomos à luta. Conseguimos recursos do FINAME junto ao Banco Meridional. Então me parece que os esforços da Direção da Cia. Carris, no sentido de expandir a frota,d e renovar a frota, são esforços louváveis, mas tem que haver por parte da Administração da Cia. Carris maior esforço, maior criatividade maior empenho no sentido de buscar recursos onde eles estejam disponíveis sem onerar diretamente o munícipe, através de uma super-tarifação, e também através do acareamento de recurso que, alternativamente, poderiam ser empregados em outras áreas, extremamente carentes de Porto Alegre.

Então, aos poucos com este conjunto de informações, eu entendo que a casa começou, ou melhor, progride na formação de uma massa crítica de informações a respeito do entendimento global da questão do transporte, e da Cia Carris em particular. Tenho certeza seremos extremamente cautelosos ao analisar esses Projetos sucessivos que vêm a esta Casa, pedindo cada vez mais recursos à Carris. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em Comunicação de Liderança,a palavra com o Ver. Artur Zanella, pelo FPL.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, também lamento a ausência da Bancada do PT, eu queria que o Ver. Castan ele entenda,a gora, porquê eu apresentei um Projeto há poucos dias a´pra que a licitações dos índices passassem, novamente, por aqui, porque nós liberamos coisas baseados em estimativas e, depois, não temos o retorno. E, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou tratar de um assunto extremamente delicado, mas gostaria que foiçasse nos Anais; se esta medida já estivessem vigorando, nós não leríamos, hoje, a entrevista do Sr. Tarso Genro, Vice-Prefeito da Cidade, candidato a Governador, enquanto era Vereador, o Vereador Aranha Filho deve lembrar disso autorizou, o Sr.Presidente deve lembrar a venda dos terrenos da Perimetral que veio. O SR. Tarso Genro, hoje, de manhã, tem publicada a seguinte entrevista: que “ a Administração Popular – ainda não acusando Collares juinto ao Tribunal deContas do O SR. PRESIDENTE: Não havendo “quorum”, damos por encerrados os trabalhos.

(Levanta-se a Sessão às 15h31min.)

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 (Levanta-se a Sessão às 12h20min.)

 

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